14 mitos sobre a pílula contraceptiva
Falsas verdades, erros reais, as pílulas continuam a alimentar os debates. Mais de 35 anos após a sua legalização, muitos mitos ainda estão circulando a seu respeito.
Em matéria de contracepção, a informação circula mal, os rumores aumentam e o número de interrupções voluntárias de gravidez em mulheres jovens continua aumentando. Um pouco de atenção nas ideias preconcebidas difíceis de mudar. Alfadoc pretende refutar as mais difundidas.
PARECE QUE A PÍLULA…
….faz engordar
FALSO! Este é sem dúvida o mito mais difundido. A pílula pode aumentar o apetite, especialmente nos primeiros meses de utilização. É necessário simplesmente controlar sua alimentação para evitar comer mais, no período em que o corpo se habitua aos hormônios.
…. podemos tomá-la sem interrupção para evitar a menstruação
VERDADEIRO! Quando se utiliza a pílula, as menstruações que ocorrem não são naturais, elas são artificialmente provocadas pela interrupção dos comprimidos durante 7 dias (ou com a utilização de comprimidos inativos). É possível tomar a pílula sem interrupção após o 21º comprimido e durante 2 ou 3 cartelas sem que seja perigoso. Certifique-se de falar com seu médico clínico geral ou ginecologista para assegurar que a sua pílula seja eficaz.
… faz baixar a libido
VERDADEIRO E FALSO! A depressão, a fadiga, o stress e preocupações do dia a dia, são fatores que podem explicar uma baixa na libido das mulheres! No entanto, algumas pílulas podem ser igualmente responsáveis, pois elas têm um efeito real nos níveis de testosterona e consequentemente na libido. Para algumas mulheres, o momento da ovulação se acompanha de uma onda de desejo. A pílula bloqueando esta fase, pode então interferir neste desejo. Em todo caso, a melhor solução é conversar com seu médico clínico geral ou ginecologista para verificar o verdadeiro motivo para essa queda no desejo. Se for constatado que a pílula é a causa, ele poderá propor uma mudança ou adotar outro método de contracepção.
….é 100% eficaz
FALSO! A eficácia da pílula é muito grande, pois é superior a 99,7%. Isso significa que menos de 1% das mulheres que utilizam este método de contracepção sem nenhum esquecimento engravidam no período de seu 1º ano de utilização. Esta eficiência pode ser comprometida pelos esquecimentos, efeitos indesejáveis que podem interromper seu efeito (náuseas, diarreias…) interações com certos medicamentos… Veja algumas dicas a ter em conta para utilização da sua pílula: quando você for tomar sua pílula pela manhã, leve a pílula com você, assim você tem mais chance de recuperar um eventual esquecimento. Se você tem o hábito de ingeri-la à noite e em caso de esquecimento: o dia seguinte pela manhã é muitas vezes tarde demais! Atenção, esta mudança de hábito deve ocorrer no começo da cartela. Pense em associar a ingestão da sua pílula a um gesto do cotidiano (maquiagem, escovação dos dentes, etc.) ou programe um alerta em seu celular.
É menos eficaz quando utilizada com outros medicamentos
VERDADEIRO E FALSO! Alguns medicamentos reduzem a eficácia da pílula. Isso se trata especialmente dos medicamentos para tuberculose, os antivirais utilizados em particular para o tratamento do HIV e medicamentos contra epilepsia. Se você começar um novo tratamento, o mais importante para não cometer erros, é avisar o seu médico ou seu farmacêutico para verificar se este medicamento tem interação com sua pílula. E lembre-se de ler as bulas dos medicamentos, estas informações são mencionadas!
…. podemos tomar várias em caso de esquecimento
VERDADEIRO E FALSO! Caso você tenha esquecido ou remarcado 1 comprimido em relação ao horário habitual: Verifique a bula para informar-se sobre o limite de atraso que pode ocasionar uma gravidez : 3 horas para algumas pílulas (pílulas microprogestativas), 12 horas para outras (pílulas combinadas). Se a mudança ou esquecimento é inferior ao período acima, tome imediatamente o comprimido esquecido (mesmo que os 2 comprimidos devam ser ingeridos no mesmo dia), depois os comprimidos seguintes na hora habitual. Não haverá nenhum risco de gravidez. Se a não ingestão é superior ao período mencionado acima, tome imediatamente o comprimido esquecido (mesmo que 2 comprimidos devam ser ingeridos no mesmo dia). Há risco de gravidez em caso de relações sexuais nos 7 dias seguintes ao esquecimento. Utilize em seguida preservativos durante 7 dias. Se sua pílula é uma pílula combinada e o esquecimento diz respeito a 1 dos 7 últimos comprimidos ativos, siga a cartela até o fim dos comprimidos ativos, em seguida emende com a cartela seguinte (sem dia de interrupção ou sem a ingestão de comprimido inativo).
… protege das infecções sexualmente transmissíveis
FALSO! A pílula protege contra o risco de gravidez. A única maneira de estar protegido contra AIDS / HIV e doenças sexualmente transmissíveis, é a utilização de um preservativo (masculino ou feminino).
…. provoca esterilidade
FALSO! A pílula contraceptiva não provoca esterilidade, mesmo quando tomada por vários meses ou anos. Na sua interrupção, o organismo necessita de um ciclo ou dois para encontrar seu ritmo natural e permitir uma gravidez.
É um meio de contracepção como outros
FALSO! A pílula do dia seguinte é um método de « contracepção de emergência ». Ela pode ser utilizada dentro de 72 horas (3 dias) após uma relação sexual sem proteção ou mal protegida. Esta pílula chamada « de reajuste » provoca uma superdosagem hormonal bem superior a da pílula clássica, sendo utilizada de maneira muito excepcional. A contracepção de emergência hormonal somente protege contra as relações sexuais que ocorreram 72 horas antes da ingestão do comprimido. Ela não protege de relações sexuais que ocorrem após. Por isso, é aconselhável a utilização de preservativos até o começo das regras seguintes. O mais importante é conversar com seu médico clínico geral ou ginecologista para encontrar um meio de contracepção regular mais adequado ao seu perfil e suas necessidades.
… eu posso engravidar na semana de interrupção da minha pílula combinada
FALSO! Uma pílula combinada « adormece » a ovulação. Uma vez que a ovulação está adormecida, ela « acorda » após 1 semana de interrupção dos comprimidos (ou após a ingestão dos comprimidos inativos). Assim, durante a semana de interrupção, você pode ficar tranquila, com a condição de começar uma cartela seguinte após os 7 dias, não mais tarde!
…é eficaz após a primeira ingestão
FALSO! Se você toma uma pílula combinada, a ovulação é bloqueada após 7 dias. Então, se você ingere a pílula pela primeira vez no 1º dia de sua menstruação, você está imediatamente protegida contra gravidez. Mas se você começa em outro momento do ciclo, você deve usar um preservativo durante 7 dias para se proteger. Se houver um risco, é preferível se certificar, fazendo um teste de gravidez, para se certificar de que não esteja grávida no momento de começar a pílula.
… é incompatível com o tabaco
VERDADEIRO E FALSO! Apenas a associação do tabaco com a pílula combinada (estroprogestativa ou de minidose) pode apresentar problemas e aumento do risco cardiovascular. Antes de 35 anos, considera-se que o risco de um acidente é mais baixo. No entanto, se você fuma, relate ao seu médico clínico geral ou ginecologista.
… pode causar flebite
VERDADEIRO! As pílulas contraceptivas são medicamentos (ver episódio « parece que a pílula… não é um medicamento »). Um medicamento não é um produto como qualquer outro: apresenta benefícios mas também efeitos indesejáveis, mencionados nas bulas. As complicações vasculares das pílulas são conhecidas e raras. Há um risco de trombose arterial (acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio), independentemente da geração da pílula utilizada. O risco de trombose venosa (flebite, embolia pulmonar) é em média duas vezes menor com as pílulas de 2ª geração que com as pílulas de 3ª e 4ª gerações, mas ainda há um risco. É por isso que quando o médico ou a parteira prescreve uma pílula, ele/a pesquisa na consulta fatores de risco (como problemas vasculares preexistentes e o tabagismo), contraindicações e necessidades específicas de monitoramento. (Fonte: perguntas – respostas pílula anticoncepcional – ANSM – 26 de junho de 2013)
Não é um medicamento
FALSO! A pílula é um medicamento, e como todo medicamento, traz riscos e efeitos colaterais. Por esta razão é prescrito por um ginecologista, um clínico geral ou ainda uma parteira. Quando você solicita uma pílula contraceptiva pela 1ª vez, o médico ou a parteira tirará sua pressão arterial e fará várias perguntas sobre o consumo de tabaco, álcool, seu estado de saúde, de seus pais e de seus irmãos e irmãs. O médico quer identificar eventuais antecedentes familiares e pessoais (diabetes, colesterol, câncer de mama e outras doenças ou fatores de risco) para certificar-se de que você não tem contraindicações para uso da pílula contraceptiva. Se este for o caso, o médico poderá então, oferecer alternativas tais como o DIU, implante, o preservativo…